Há resistência!

Há alguns dias está em vigor a contrar­reforma trabalhista que bombardeou os direitos consagrados na CLT. Uma pau­lada na cabeça de cada trabalhador, agora ameaçado de ter que vender sua força de trabalho em condições de exploração sel­vagem. Mas, apesar de estar valendo, nin­guém pode afirmar que para a patronal vai ser fácil aplicar esse vale tudo. A patronal está com os dentes afiados para aplicar a contrarreforma. E conta, além de todo go­verno e da mídia, com o auxílio entusiasta do atual presidente do Tribunal Superior do Trabalho que matracando o que o ca­pital financeiro lhe pôs na boca avisa que “é preciso flexibilizar direitos sociais para haver emprego”.

Acontece que aqui e acolá, nas empresas e em diferentes categorias, sinais de resis­tência se expressam. E, quanto mais tomam contato com o conteúdo da contrarreforma, mais os trabalhadores a rejeitam.

Caso a caso é preciso reforçar esta resis­tência, a partir dos sindicatos e dar-lhes o sentido comum que permite a campanha pela anulação da contrarreforma impulsio­nada pela CUT.

Uma resistência ainda dispersa, e não será com ato após ato que ela se unirá e se reforçará.

Numa aparente situação de calmaria, a classe operária não apagou da memória a força demonstrada na histórica greve de 28 de abril deste ano. Ali ela sinalizou de ma­neira contundente não estar disposta a abrir mão dos direitos, e com este movimento emperrou os planos do governo de entregar a reforma da Previdência – a menina dos olhos do capital financeiro ao patrocinar o golpe – no primeiro semestre.

Enredado numa crise que não lhe dá tré­gua, recentemente o serviçal Temer (com quem nem mesmo parte dos vende-pátria do PSDB querem aparecer mais na foto), chegou a admitir a dificuldade de prosperar no desmonte da Previdência ainda este ano. As bolsas despencaram, o dólar disparou. “Puxão de orelha”, registrado, agora o ser­viçal e seu “Congresso dos 300 golpistas”, como disse Lula, se preparam para votar uma “reforma enxuta”. Conseguirão? A resposta está para ser construída e pode ser construída!

Nem robusta, nem enxuta! Nas manifes­tações que ocorreram em 10 de novembro, a CUT reforçou a consigna, “se botar prá votar o Brasil vai parar”. A resistência à im­plementação da contrarreforma trabalhista – em cada fábrica, em cada categoria – e na campanha pela exigência de sua anulação, permite reforçar as condições para que isso ocorra.

O Brasil que parou dia 28 de abril não entregou os pontos. Quando as pesquisas registram, e as caravanas confirmam, que a maioria oprimida busca em Lula a saída, isto é a expressão, no terreno eleitoral, da disposição de marchar em direção a uma nação soberana.

Os golpistas tentarão avançar no desmon­te da nação e dos direitos, o “mercado” assim ordena. Os golpistas, enquanto se digladiam -órfãos que estão de um forte representante das ordens do capital fi­nanceiro nas próximas eleições- tentarão, através do seu Judiciário podre, manter a espada sobre a cabeça de Lula para impedir sua candidatura. Os trabalhadores aceita­rão este caminho ao matadouro? Através de suas organizações, a CUT e o PT em primeiro lugar, resistirão. E a luta aqui e agora para anular a contrarreforma traba­lhista e impedir o desmonte da Previdência pavimenta o percurso para que um novo go­verno Lula, apoiado em uma Constituinte, mande às favas as ordens do imperialismo.

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