Carta de O Trabalho: Impeachment é golpe!

Em defesa do mandato popular!

Agora é nós contra eles!

Uma nova situação se abre com a aceitação do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), apoiado por Aécio Neves (PSDB).

Sem pretender ter todas respostas neste momento, estamos atentos ao curso da situação, mas declaramos, desde já, que a Corrente O Trabalho do PT, seção brasileira da 4ª Internacional, se coloca incondicionalmente em defesa do mandato popular dado por 54 milhões de brasileiros em outubro de 2014.

Saudamos a alentadora posição do nosso partido e de seus deputados, de não aceitarem a chantagem que se vinha tentando impor ao PT, comprometendo-o com o presidente da Câmara, representante dos interesses mais retrógrados que oprimem o povo brasileiro. Fora Cunha!

O pedido de impeachment é movido pelos interesses daqueles que querem submeter o país à pilhagem imperialista irrestrita. Ele se baseia na pretensa condenação da presidente por “crime de responsabilidade pelo descumprimento do artigo 4o da Lei 12.592 de 2014 (Lei Orçamentária Anual) que determinou que a abertura de créditos suplementares estava condicionada ao alcance da meta do resultado primário”, diz o despacho de Cunha.

Quer dizer que se pretende destituir a presidente por não cumprir metas de superávit (resultado) primário para garantir o pagamento dos juros da dívida que alimenta a especulação financeira, contra e acima das prioridades sociais do povo brasileiro.

Não terão êxito!

Essa política foi derrotada nas urnas em 2014 pelas forças vivas da nação. Essas forças, que ao longo do ano de 2015 se mobilizaram contra a política de ajuste fiscal comandada pelo ministro Levy, estarão dispostas a derrotá-la novamente, agora nas ruas, preservando o governo que elegeram para executar a política que corresponde aos interesses dos trabalhadores e da maioria oprimida de nosso país. Fora Levy!

O golpe pretendido por Cunha do PMDB, pelo PSDB e outros reacionários – com a complacência do vice-presidente Temer do PMDB – é a culminância de um ano de conciliação e concessões a eles.

A realidade é que a base social que elegeu Dilma é a única força capaz de fazer frente à ofensiva reacionária.

Uma nova situação se abre. Ela pode desembocar no reencontro dos 54 milhões com o governo que elegeram, Dilma, do PT, com uma política que responda aos seus interesses.

Nos somamos a todas as forças democráticas, populares e sindicais, mobilizados nas ruas, na mais ampla campanha para impedir que a reação desfira um golpe anti-democrático e ataque ainda mais duramente os direitos e as conquistas do povo trabalhador.

São Paulo, 3 de dezembro de 2015

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