Nos dias 13 e 14 de outubro, a Juventude Revolução do PT (JRdoPT) realizou seu encontro nacional, o ENJR, no Rio de Janeiro. O encontro aconteceu na sede estadual do PT do Rio de Janeiro e contou com a participação de cerca de 60 jovens de 11 estados de diversas regiões do Brasil. Formou-se um plenário diversificado com jovens secundaristas, universitários e trabalhadores que debateram a conjuntura política nacional e internacional e as lutas que animam a juventude brasileira neste ano.
A mesa de abertura contou com a presença de Jerome Legavre, deputado eleito pelo movimento França Insubmissa. Jerome fez sua saudação ao encontro abordando a guerra na Ucrânia e o atual conflito na Palestina. Ele colocou claramente que o único caminho é a estar totalmente solidário com os trabalhadores e os povos que se encontram em ambos os lados da linha da frente, já que são eles as principais vítimas das ações militares que visam proteger a ordem imperialista, e defendeu o cessar-fogo imediato. Jerome também relatou sobre a situação da juventude na França que, assim como no Brasil, sofre com a violência policial e as dificuldades de acesso ao ensino superior.
Ainda esteve presente na mesa Célio Gari, um dos dirigentes das recentes greves dos garis do Rio de Janeiro. Célio animou o plenário com o relato de sua experiência de luta na greve e a defesa de uma candidatura própria do PT nas eleições municipais no ano que vem.
Áurea Alves, representante da coordenação nacional do Diálogo e Ação Petista (DAP), completou a composição da mesa. Ela fez sua intervenção criticando o arcabouço fiscal e como ele limita o atendimento das reivindicações populares pelo governo Lula. Também abordou a campanha contra a ocupação do Haiti e pelo direito à autodeterminação dos povos.
Gabriel, militante da JRdoPT de Juiz de Fora (MG), considerou que “neste ENJR, o mais importante foi que a gente conseguiu agrupar jovens que não aceitam os caminhos ‘mais fáceis’ e que estão dispostos a construir a organização da juventude com as próprias mãos. Acho que saímos do Rio com uma diversidade de reivindicações, que representam a diversidade da juventude, mas que apontam para uma compreensão em comum: não é desse sistema que virá uma solução positiva da nossa situação, mas, sim, da luta política, da ruptura com os consensos e da construção de uma organização independente. É para essa finalidade que se coloca a Juventude Revolução do PT.”
Durante o encontro, realizaram-se grupos de trabalho que discutiram diretrizes sobre os temas movimentos secundarista, universitário e luta contra a violência policial.
Luta secundarista
Sobre o movimento secundarista, foi analisado a luta que os estudantes vem levando desde abril desse ano para que o governo Lula revogue a Lei 13.450/2017, que institui o Novo Ensino Médio (NEM). Entre as diretrizes aprovadas está levar a frente a campanha pelo Revoga NEM. Discutiu-se que é necessário cobrar do governo de Lula e do ministro Camilo Santana que envie ao Congresso Nacional um projeto de lei que revogue o Novo Ensino Médio. Foi tocado no problema da luta contra a militarização das escolas que, apesar do programa ter sido encerrado pelo MEC, ainda continua por iniciativa dos governos federais, bem como a reivindicação pela ampliação de mais verbas para merenda.
A luta nas universidades
No grupo sobre movimento universitário, o centro da discussão girou em torno da campanha pelo 2,5 bilhões para a assistência estudantil. Foi lembrado também a necessidade de solidariedade aos estudantes em greve na USP, Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), que lutam pela contratação de professores e mais verbas para assistência estudantil.
Rumo ao 20 de novembro
No grupo sobre a luta contra a violência policial, foi pautado a necessidade da desmilitarização das polícias e de mobilizar contra os projetos de armamento das guardas municipais. Também houve a decisão da JRdoPT se engajar nos atos previsto para o dia 20 de novembro do movimento negro.
O Encontro Nacional da JRdoPT debateu, organizou e renovou os ânimos para o próximo período. Ao final, foi eleito um novo Conselho Nacional da Juventude Revolução (CNJR) que tem como primeira tarefa dar a redação final às resoluções do ENJR. O encontro deu um novo gás aos jovens presentes para retomar seu lugar nas ruas, escolas e universidades, ajudando a cobrar o governo Lula pelo atendimento de suas reivindicações.
Kris Mackleiny