Levantar a pauta dos trabalhadores

Apesar do fiasco na demonstração de força, meio raquítica do ponto de vista bélico e fracasso de presença de público e de outros poderes, não há que menosprezar o ato de Bolsonaro e seu general, Braga Neto, no dia 10 de agosto em Brasília. O inédito ato, com presença dos comandantes das Forças Armadas é uma demonstração que Bolsonaro não se deterá para obter seu cetro imperial. A não ser que uma voz mais alta se levante.

Com ou sem tanques, para os mais ricos a vida vai bem.

Os bancos têm lucros exorbitantes, enquanto 72% dos reajustes salariais foram menores do que a inflação.

O agronegócio vai de vento em popa, enquanto 116 milhões de brasileiros estão em insegurança alimentar.

As grandes empresas, contam com o apoio da maioria da Câmara para avançar nos ataques aos direitos trabalhistas, como a Medida Provisória 1045, em votação no Congresso.

E o capital especulativo se delicia com o menu privatista que está entregando tudo.

Ok, o voto impresso –fogo de artifício usado por Bolsonaro – não passou no Congresso. Mas e daí?

Sua política, bem protegida por grandes empresários e banqueiros – como fica patente no manifesto lançado em defesa das eleições de 2022 e nas declarações de seus patrocinadores – continua penalizando o povo.

A cada dia mais famílias trabalhadoras vão morar nas ruas porque não podem pagar aluguel.

A cada dia mais e mais famílias, com redução de salário e emprego e a alta inflação, vêm minguar a comida na mesa.

A cada dia a juventude vê menos perspectiva de um futuro digno. Pesquisa recente mostra que 47% dos jovens de 15 a 29 anos deixariam o país, se pudessem.

A cada dia aumenta a violência contra as mulheres –já castigadas, maioria das vítimas da crise econômica e sanitária.

A cada dia, a população negra, a maioria da população brasileira, também a mais vitimada pela pandemia, sofre com o desemprego e o genocídio promovido pelas forças policiais.

E a pauta segue sendo dada por um governo que promove todo este sofrimento!

É hora de entrar com tudo na mobilização pela pauta que diz respeito ao emprego, ao salário, aos direitos, à saúde, à comida e à moradia do povo trabalhador.

Os servidores públicos buscam resistir à reforma administrativa que vai tirar do povo o pouco de serviços públicos que ainda tem. Os trabalhadores dos Correios lutam para evitar a privatização da empresa.

A pauta dos trabalhadores é que pode levantar a voz para deter Bolsonaro, seus generais e tanques. E cabe às organizações que pretendem falar em seu nome, organizá-la. Sem dúvida, com ou sem sua ajuda, esta voz se levantará.

É para isso o Diálogo e Ação Petista se engaja. E, para organizar a resistência, com a perspectiva de realmente pôr fim neste regime e suas instituições, organiza um ciclo de debates no seus grupos de base sobre a crise das instituições (corresponsáveis pelo surgimento da excrecência Bolsonaro) e a Constituinte.

Desde já o DAP está na luta para fortalecer o dia 18 de agosto, dia nacional de paralisação e mobilizações contra a reforma administrativa, em defesa dos serviços públicos!

Com a pauta dos trabalhadores, e seus métodos de luta, é fortalecer a resistência e não abandonar as ruas. Em 7 de setembro, novo dia nacional de mobilizações, as colunas do DAP estarão presentes: Fora Bolsonaro e seus generais!

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