O melhor é o PT dizer não ao plano Levy

Ajuste regressivo e recessivo contra a classe trabalhadora

No período que antecede o 5o Congresso do PT a grande imprensa, de maneira estridente e como se fosse participante, intervém na discussão. Prossegue a ofensiva das forças reacionárias contra o PT, sabendo bem que para facilitar tal operação, o melhor é apostar no caminho que afasta o partido de suas bases sociais, ao apoiar uma política que responde aos interesses dos mesmos que atacam o PT.

O plano Levy, elogiado pelo FMI, pois atende ao capital financeiro, atinge os trabalhadores com a recessão que já implicou em 500 mil demissões em 2015, e a restrição de direitos. Atinge as famílias, cujas rendas, comprimidas, diminuem o consumo, inclusive de alimentos. Atinge estudantes e professores, com os cortes na educação. Os docentes das Universidades Federais começam a entrar em greve diante ao caos instalado nessas instituições de ensino. Os cortes impostos pelo ajuste fiscal penalizam as famílias que precisam de casa para morar ou de terra para trabalhar.

Nesse cenário ocorre o congresso do PT.

Enquanto nos encontros estaduais predominou a rejeição da base ao ajuste, agora dirigentes aprofundam suas declarações destoantes e disseminam nas organizações sindicais e populares, um sentimento de que não há o que fazer, de passividade, como se simplesmente se fosse “virar a página” e passar para outro assunto.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães, como quem sofre de uma repentina amnésia, afirma “Só há uma política econômica: não existe Levy sem Dilma e Dilma sem Levy”. Há apenas oito meses, Dilma reeleita só existiu porque a maioria rejeitou a política anti-trabalhador e anti-nação do PSDB, a qual Levy comanda com desenvoltura.

É fato. Levy foi nomeado por Dilma que, reeleita, empenhou-se em outra direção. A presidente terá todo respaldo dos que a elegeram para livrar-se da política do ajuste e de seu condutor, adotando outra política econômica, sintonizada com os interesses dos trabalhadores e da nação.

“Agora é tempo de parar de falar em ajuste e falar de investimento, emprego e distribuição de renda”, segundo o presidente do PT, Rui Falcão. Parar de falar não, parar de fazer! As consequências do plano Levy – onde não cabe investimento, preservação e criação de emprego – estão aí e vão aprofundar, se o governo e o PT persistirem nesse caminho.

No primeiro semestre, a CUT liderou um calendário de mobilização contra as medidas do ajuste – enfrentando a ofensiva da direita e o sectarismo da ultraesquerda que muitas vezes denunciava as manifestações de “governistas”.

Agora vem a público um manifesto de dirigentes petistas da CUT, uma verdadeira ajuda ao congresso do PT: “consideramos que a política de ajuste fiscal regressivo e recessivo inaugurada com a nomeação de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda, coloca o PT contra a classe trabalhadora. ” O melhor não é que o PT escute esse alerta?

No 5o Congresso o PT tem a chance de resgatar seus compromissos com a maioria trabalhadora do país. Passado o Congresso, que ninguém duvide, os trabalhadores seguirão buscando suas organizações para prosseguir a luta em defesa de seus interesses. Não aceitarão “goela abaixo”, como vêm demonstrando, os sacrifícios que querem lhes impor os que criaram a crise do atual sistema.

O melhor é que o Congresso do PT diga não ao Plano Levy e some-se à luta que vai continuar, em defesa dos interesses dos trabalhadores e da nação.

Esse combate que desenvolvemos no partido e nas lutas concretas, levaremos ao Congresso do PT com os delegados e delegadas identificados com o Diálogo e Ação Petista. Um combate que vai prosseguir, ao lado dos trabalhadores.

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