Em 11 de abril, Putin aprovou uma lei que facilita a mobilização de soldados por meios eletrônicos. “Um cidadão que pode ser mobilizado será considerado refratário se recusar a receber sua mobilização ou se não puder ser alcançado”, diz o comunicado da Duma (o parlamento russo).
Ao mesmo tempo, segundo a Franceinfo, Zelensky está destacando mais e mais recursos policiais para mobilizar novos soldados. Os povos não querem a guerra, os jovens, russos ou ucranianos, não querem ser enviados para o matadouro do front. O que os outros governos europeus estão preparando para conseguir mais bucha para canhão?
“Nosso modelo de exército não está adaptado ao contexto estratégico atual, marcado pelo risco de grandes engajamentos (…). A invasão da Ucrânia pela Rússia oferece uma janela de oportunidade política para repensar substancialmente este modelo (…). Para compensar a falta de voluntários, a solução tem sido historicamente o recrutamento, uma medida seriamente ponderada por vários países europeus. Se existe um consenso sobre o diagnóstico de uma necessidade de massa para gerar o poderio militar necessário para defender os interesses da França, então talvez seja o momento de reconsiderar a suspensão do serviço militar obrigatório decidida por Jacques Chirac”.
Esta é a proposição avançada no site rubicon.org, dependente e financiado pelos Ministérios da Defesa da França e do Canadá. O autor acrescenta que a restauração do recrutamento está sendo seriamente considerado “em vários países europeus”.
Não é isto que Macron está preparando na França com a introdução do serviço nacional universal? Aqui é onde os governos querem nos levar em sua escalada belicista. Quando na França, na Alemanha, na Grã-Bretanha, na Itália, os deputados votam pela escalada da guerra (como fizeram os deputados do PCF -Partido Comunista Francês, OS, Partido Socialista e do EELV, Verdes – em 30 de novembro na Assembleia Nacional na França) por acaso ignoram que os governos Macron, Scholz, Sunak e Meloni [França, Alemanha, Inglaterra e Itália respectivamente, Ntd] estão prestes a enviar ainda mais jovens para serem mortos, hoje ucranianos e russos… e amanhã franceses?
Em escala mundial, muitos governos, sob pressão do povo, não aceitam alinhar-se atrás da guerra e do comando de Biden. Por exemplo, o presidente brasileiro Lula disse na semana passada que “Washington deve parar de incentivar a guerra”. Ele certamente está expressando um sentimento profundo na América Latina e, além disso, a vontade de se opor ao imperialismo e à Otan, seu braço armado.
A deputada alemão Sahra Wagenknecht respondeu com uma mensagem dizendo que “temos que aplaudir que o presidente brasileiro, Lula, chame os EUA e seus aliados, incluindo a União Europeia, a parar de apoiar a guerra e começar a falar de paz”. Ela tem razão.
Cessar-fogo imediato! Nem Putin nem Otan! Nem uma arma, nem um homem para a guerra imperialista!
B. R.
Artigo publicado no jornal francês informações Operárias, edição de 20 de abril
Tradução: Adaias Muniz