80 petistas de 10 cidades da Zona da Mata mineira se reuniram sábado, dia 20, numa Plenária da Virada e Balanço das Eleições, convocada pelo Diálogo e Ação Petista (DAP), na sede do PT de Juiz de Fora. Presentes novos filiados, militantes e quadros, incluindo direção e base de 12 sindicatos, além de entidades estudantis e populares. Na mesa, Gilson Lírio, membro local do Comitê Nacional do DAP, o vereador Betão, recém-eleito deputado estadual, e Markus Sokol, da Executiva Nacional e do Comitê do DAP.
O clima de fraternização pela eleição do candidato da região, se combinava com a vontade de afinar argumentos para o 2o turno, entender o que está acontecendo e, inclusive, cobrar respostas para certas coisas.
Sokol apresentou uma avaliação positiva do resultado nacional do 1o turno, após tanta perseguição ao PT e a prisão de Lula – “aspectos fraudulentos no processo eleitoral” -, convocando todos para a batalha decisiva pelos direitos e pela democracia, Haddad 13, contra o autoritarismo e o ajuste fiscal encarnado por Bolsonaro.
Ele contestou as manchetes sobre a “onda reacionária”, porque “face a uma verdadeira onda não há muito que fazer, tem que esperar passar, só evitar fazer coisa errada pra não quebrar o pescoço”. Ora, replicou, “não é isso, primeiro porque o crescimento da extrema-direita foi às custas da direita tradicional, uma vez que PT segue o maior partido e com os aliados da chamada ‘centro-esquerda’, tem o mesmo número de cadeiras na Câmara” e, ainda mais, “em segundo lugar, porque, como denunciou a Folha de S. Paulo, houve uma gigantesca manipulação eleitoral através do Whatsapp; então, não é coisa do mar como uma onda, é coisa da indústria, os capitalistas fabricaram votos manipulados ilegalmente”.
“Olho no olho, confrontar aos fatos”
Sokol convocou para a “disputa no nosso terreno, que não é o Whatsapp, é a rua, olho-no-olho, para confrontar Bolsonaro aos fatos, a tudo que ele votou em 30 anos contra o povo, o único voto contra os direitos da empregada doméstica, por exemplo, ou seu falso patriotismo de militar que não tem vergonha de bater continência para a bandeira dos EUA, como mostramos na TV”. Tudo, enfim, para “concluir que é um farsante, e abrir espaço para apresentar algumas reformas que o PT propõe, virando o voto para Haddad”.
Questionado por uma companheira no debate “como fica, depois que Haddad na Globo tirou a Constituinte do programa”, Sokol lamentou e disse “fica assim mesmo, por ora; mas uma vez eleito Haddad, para as próprias reformas bancária e tributária que Haddad mencionou na Globo, além da reforma política, do judiciário, da mídia, retomar o pré-sal, todas do nosso programa, ele vai bater no muro desse congresso reacionário”. E explicou, “já éramos minoria lá, pelo modo de eleição nesse sistema podre, o que fez necessário o PT adotar a bandeira da Constituinte como o meio democrático de fazer a mudança do sistema, mas será ainda mais necessária agora!”.
Uma companheira, cobradora de ônibus, contou que foi obrigada a tirar o broche Haddad 13, “tá bem, o uniforme é da empresa, mas da minha bolsa ninguém tira, não abro mão”. Outra companheira, importante liderança sindical na cidade, entrou no balanço do “Elenão” que um outro companheiro achava positivo, para enfatizar que “perdemos tempo com isso, não afirmamos Haddad, tô com Sokol nisso”.
“Auto-organização”
No seu depoimento, Betão, destacou questões concretas da experiência de diálogo com o povo, como a “carteira de trabalho verde-amarela com menos direitos, do outro candidato, parecida com aquela coisa de ‘optar’ pelo FGTS há 40 anos, quando a ditadura acabou com a estabilidade no emprego que existia”.
Betão, que não parou depois da eleição, avaliou que “temos condições de virar voto e ganhar”. Ele testemunhou que “em algumas cidades onde não chegou material, o pessoal não fica esperando, e se auto-organiza, arrecada e produz o seu próprio”. Betão ainda detalhou a agenda de atividades da campanha para os dias da última semana.
Gilson encerrou saudando os companheiros e já amarrando para o dia 13 uma nova plenária do DAP de balanço final, “porque a guerra vai continuar e precisamos aumentar e melhorar nossa organização”.
Correspondente