Contagem e Juiz de Fora foram duas das quatro prefeituras que o PT venceu no 2° turno. A partir de 1º de janeiro, Marília Campos, deputada estadual, volta a administrar a cidade de Contagem, derrotando Felipe Saliba (DEM) e Margarida Salomão, deputada federal, assumirá a prefeitura de Juiz de Fora, depois de derrotar Wilson Rezato (PSB).
Os resultados do PT nas duas cidades são bastante semelhantes tanto no 1º como no 2º turno. Nos detenhamos, porém, no 2º turno:
Rezato, empresário do ramo da construção civil, não conseguiu unir ao seu redor o conjunto dos partidos de direita, demonstrado com a declaração do PSDB de Juiz de Fora em apoio à candidata do PT, entre outros partidos. Muito diferente da situação em Contagem, onde Saliba foi apoiado por empresários e todo um espectro de partidos à exceção do PSB e do MDB que estavam, junto com o PCdoB, na coligação com o PT.
O DEM, junto com bolsonaristas, “requentou” a política do antipetismo, espalhando pela cidade faixas com “PT não”, fake News nas redes sociais, além de bonecos de Lula, Dilma e Pimentel. Deu certo em várias regiões ao ponto de Saliba, com 70% das urnas apuradas, comemorar a vitória. Mas, faltava Nova Contagem, região de periferia, que deu a vitória para Marília em quase todas as urnas, com uma diferença de votos de 60 a 70% a seu favor. Situação bastante distinta de 2016 quando o PT apoiou o PCdoB a reeleição e foi derrotado. Naquele ano, o PSDB ganhou com 73% dos votos.
Prefeitas eleitas e a volta às aulas
Diante da pandemia e a volta às aulas, Margarida e Marília apresentaram posições distintas. Margarida diz que não tem volta às aulas sem vacina. Marília propõe o retorno em fevereiro de 2021, com protocolos pedagógicos e de saúde para possibilitar um retorno seguro, sem informar quais seriam esses protocolos. O fato é que, até o momento, nenhuma das prefeitas eleitas coloca o problema da testagem como forma de controlar a pandemia. Uma discussão que certamente será suscitada pela professora Cida (PT), vereadora eleita em Juiz de Fora, que já tem um projeto de lei pronto para apresentar à Câmara Municipal em janeiro de 2021.
Sumara Ribeiro