Na farsa judicial iniciada por um inquérito que tenta ligar líderes de movimentos de luta por moradia ao crime organizado, o PCC, a juíza Erika Mascarenhas acolheu a denúncia do promotor Conserino, o mesmo que iniciou o processo-farsa sobre o Triplex de Lula. Ela também decretou a prisão preventiva de mais nove acusados. Já estão presos há mais de um mês os militantes Preta Ferreira, seu irmão Sidney Ferreira, Ednalva Franco e Angélica dos Santos. Dos nove que tiveram prisão decretada, dois são dirigentes do PT: Carmem Silva, que presidiu o Diretório Zonal do PT do centro e Manoel Del Rio, dirigente antigo de movimentos de moradia, advogado e ex-vereador de São Paulo.
Aberração jurídica
O inquérito aberto pelo promotor Cassio Conserino é uma aberração jurídica pois liga de forma artificial, a partir de “depoimentos” de testemunhas anônimas, os líderes de diferentes movimentos ao crime organizado sem apontar nenhuma prova cabal.
Na decisão, Érika Mascarenhas chamou a investigação de exemplar e destacou que os “crimes denunciados foram elucidados, com a identificação dos responsáveis, que previamente ajustados planejaram e constituíram verdadeiro movimento criminoso, que rotularam de movimento social, objetivando dar roupagem lícita às ações que passaram a praticar”.
O claro objetivo do inquérito é ligar o PT ao crime organizado, dando continuidade ao ataque que Lula e o partido sofrem no âmbito federal.
Os Movimentos de Moradia seguem realizando atos e manifestações contra as prisões. A direção do PT de São Paulo também acompanha a situação e está integrada às mobilizações. Agora é preciso ampliar a solidariedade com os companheiros e desmascarar publicamente o inquérito-farsa.
Henrique Ollitta