Situação segue instável no Peru

Em 26 de agosto milhares de manifestantes cercaram o Congresso em Lima para exigir a aprovação do gabinete (ministério) encabeçado por Guido Bellido, indicado pelo presidente Pedro Castillo. Apesar de muitas abstenções, os parlamentares, sob pressão, deram o “voto de confiança”.

Isso não quer dizer que acabaram as pressões e provocações contra o novo governo por parte da direita, do empresariado e da grande mídia. O chanceler – ministro das relações exteriores – nomeado por Castillo, Hector Béjar, durou poucos dias no cargo, após dar declarações de que a Marinha tinha cometido atos terroristas no passado.

O “terrorismo” é o mote das perseguições judiciais e policiais a dirigentes e parlamentares do Peru Livre, partido do presidente e de Bellido, buscando ligá-los a atividades do extinto grupo Sendero Luminoso. Ao mesmo tempo, os monopólios que controlam a produção de itens como farinha, óleo, gás, aumentam os preços para provocar descontentamento e jogar a culpa no governo.

Plebiscito por uma Constituinte
Bellido na apresentação do programa de governo em 26 de agosto não mencionou a palavra Assembleia Constituinte. Ao mesmo tempo parlamentares e dirigentes do Peru Livre adotaram a iniciativa de recolher dois milhões de assinaturas por um Plebiscito que obrigue a convocação de uma Constituinte.

Os militantes agrupados em torno do jornal “El Trabajo”, – abraçaram essa campanha como ponto de apoio para a auto-organização do povo trabalhador.

A partir das posições sindicais que ocupam, eles também exigem da CGTP, central sindical, que se some a essa campanha, como decidiu a sua plenária nacional de delegados, pois até o momento a direção da central figura entre os membros de uma “frente em defesa da democracia e da governabilidade” que é omissa sobre a atual Constituição, herdada de um auto-golpe de Fujimori com apoio militar em 1993, cuja vigência impede que Castillo cumpra com os compromissos e promessas feitas ao longo de sua campanha.

Correspondente

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