Trabalhadores em estado de alerta: resistir é preciso!

Atos em todo o país repudiam a entrada em vigor da lei 13.467

A entrada em vigor, em 11 de novembro, da infame lei 13.467 da contrarreforma trabalhista de Temer e do congresso vendido aos empresários, não passou em branco.

Na véspera, sexta-feira 10 de novembro, em todas as capitais e várias cidades de norte a sul do Brasil ocorreram manifestações, passeatas, atos públicos e paralisações em protesto contra a lei que institucionaliza o “bico” – trabalho intermitente, temporário, pago por hora sem direitos e garantias – para assegurar mais lucros para os patrões e mais exploração para a já sofrida classe trabalhadora.

Nas manifestações de 10 de novembro, convocadas em unidade entre as centrais sindicais, também se lançou o grito de alerta ao governo e aos patrões – o chamado “mercado” – em relação a uma eventual votação do desmanche da Previdência, com a idade mínima (65 anos para homens e 62 para mulheres) e o aumento do tempo de contribuição (já se fala em 44 anos para o benefício integral): “Se botar para votar, o Brasil vai parar!”.

Na Praça da Sé, em São Paulo, os dirigentes da CUT e demais centrais submeteram ao voto dos milhares de manifestantes exatamente essa orientação.

Essa era também a linha nos atos da Candelária no Rio, em frente ao Tribunal Regional do Trabalho em Porto Alegre, na avenida Agamenon Magalhães no Recife, no centro de Fortaleza tomado por manifestantes, em Belo Horizonte, enfim por todo o país.

Poderia ser melhor, é certo, se várias centrais – da Força Sindical até a CTB – não tivessem abandonado o terreno da mobilização em junho passado para negociar com Temer uma Medida Provisória que lhes garantisse financiamento, MP finalmente que quando editada não fala do assunto (ver matéria nesta página).

O combate em cada local de trabalho
Os acordos e convenções coletivas negociados pelos sindicatos com os patrões podem e devem barrar os aspectos mais nocivos da Lei 13.467, enquanto prossegue a luta pela sua anulação.

Mas para tanto é preciso ir aos locais de trabalho, reunir os trabalhadores e os mobilizar, com os métodos da classe que incluem a greve, para impor contratos coletivos que barrem a individualização perseguida pelos patrões nas relações com seus empregados.

A CUT, seus ramos e sindicatos de base, em particular, devem entrar em estado de alerta permanente, tanto para impulsionar a batalha fábrica por fábrica, banco por banco, local de trabalho por local de trabalho contra a aplicação da contrarreforma trabalhista, mas também para convocar as suas bases à paralisação em caso de votação do desmanche da Previdência.

Lauro Fagundes

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