Voto no golpista Maia: Trombada contra movimento de resistência
O presidente da Confederação Nacional da Industria, Robson Braga de Andrade, depois de reunião de empresários com o golpista Temer, deu declaração reveladora dos interesses que movem o golpe.
“No Brasil, temos 44 horas de trabalho semanal e as centrais sindicais tentam passar esse número para 40. A França, que tem 36 passou para a possibilidade de até 80 horas de trabalho semanal e até 12 horas diárias de trabalho. ” Ele se referia à reforma do Código do Trabalho do governo Hollande (Partido Socialista), que atinge em cheio os direitos conquistados, há décadas, pelos trabalhadores franceses. Sem maioria dos deputados, inclusive de seu partido, o governo lançou mão de um dispositivo, sem voto do parlamento, para impor a reforma amplamente rechaçada pelos trabalhadores e a juventude.
No Brasil, a patronal com ampla maioria no Congresso Nacional, o mais reacionário desde 1964, de uo golpe do impeachment para impor medidas que atendem ao bolso dos patrões e aos interesses do imperialismo.
Na França os trabalhadores e jovens, através de suas organizações, há quatro meses, com greves e manifestações, lutam contra a reforma pretendida pelo governo e mostram que não vão recuar. A resistência vai prosseguir.
No Brasil é preciso fortalecer e fazer crescer a resistência.
No dia 5 de agosto, abertura das Olimpíadas, a Frente Brasil Popular chama uma grande manifestação “Fora Temer” no Rio de Janeiro.
Num momento em que “o que está em jogo agora são os direitos da classe trabalhadora e, no futuro, o seu próprio destino”, “mais uma vez, os trabalhadores e as trabalhadoras do campo e da cidade são chamados/as à luta. Com os movimentos sociais parceiros e setores democráticos populares resistiremos ao golpe e às medidas do governo ilegítimo. A classe trabalhadora tem um papel fundamental neste processo: cabe a ela deflagrar a greve geral pois trata-se de derrotar um ataque aos nossos direitos e conquistas que não pode ser enfrentado de forma isolada, que exige um movimento de conjunto, daí a necessidade de preparar a greve geral num diálogo intenso com as nossas bases”, propõe a CUT, num plano que começa chamando os sindicatos a discutirem com suas bases e mobilizá-las para a greve geral. (Resolução de 5 de julho). Essa resolução engaja a responsabilidade das direções sindicais. A Federação Única dos Petroleiros (FUP-CUT), esquentando os motores, decidiu chamar uma greve nacional, para início de agosto, em defesa da Petrobras.
Foi uma trombada na luta contra o golpe, o voto de parte da bancada do PT em Rodrigo Maia (DEM) para presidência da Câmara Federal, candidatura articulada com o concurso do PCdoB. Maia, golpista de primeira hora, ganhou votos no PT e PCdoB e foi comemorar a vitória com Aécio e Temer!
O Diálogo e Ação Petista (DAP), reunido no último dia 15, se posicionou: “em nenhum caso o PT – ou qualquer deputado – deveria ter contribuído para eleger como presidente da Câmara um golpista que vai comandar a votação de projetos de retirada de direitos e ataques aos trabalhadores, contra o quê a CUT discute a preparação de uma greve geral”.
Integrando o esforço pela construção da greve, o DAP adotou também um manifesto preparatório ao Encontro Nacional Extraordinário do PT em dezembro. Intitulado “Pela reconstrução do PT! ”, faz um balanço de porquê chegamos à atual situação. Diz o texto: “os erros já se manifestavam no primeiro governo Lula quando, ao invés de priorizar a Constituinte Soberana para a reforma política, a cúpula do PT preferiu adaptar-se às instituições submetidas ao capital financeiro. ”
No calor da luta contra o golpe, um balanço é necessário para superar os erros e construir a vitória da classe trabalhadora que o partido nasceu para representar.