Em 10 de março, completaram-se 151 anos do nascimento de David Riazanov. Um gigante. O maior divulgador de Marx e Engels.
Riazanov é pouco conhecido nos dias de hoje, mesmo por militantes marxistas, mas teve papel muito importante para o movimento operário internacional e na revolução de Outubro. Compôs com Trotski o grupo “Interdistrital”, que em julho de 1917 integrou o Partido Bolchevique. Riazanov passou ao comitê central do partido.
Eminente sindicalista, foi presidente da central sindical de Petrogrado até 1921.
Fundador do Instituto Marx e Engels, é responsável pela busca com sucesso de numerosos textos e cartas de Marx que sem a sua ajuda provavelmente estariam perdidos. Iniciou o projeto MEGA, com o objetivo de publicar de modo sistemático todas as obras, cartas e escritos de Marx (até hoje inconcluso).
Dirigiu o Instituto até 1930, quando Stalin o afastou e perseguiu. Foi fuzilado em 21 de janeiro de 1938, em meio aos expurgos stalinistas para liquidar toda a velha guarda bolchevique.
A seu respeito, conta-se uma anedota de que teria ganhado a ira de Stálin, quando este, depois de concluir uma visita ao Instituto reclamou que não tinha visto uma foto sua ao lado das fotos de Marx, Engels e Lenin. Riazanov teria respondido na hora “Marx e Engels são meus mestres, Lênin era meu camarada, dirigente da Revolução. Você é o que?”
Anedotas à parte, deixou um legado muito importante. Algumas poucas obras de Riazanov estão disponíveis em português, como “Marx e Engels e a história do movimento operário” e “Marx, o homem, o pensador, o revolucionário”, ambos editados pela velha Global.
Luã Cupolillo