Lava Jato: operação para pavimentar o golpe

Condenação de Zé Dirceu e Vaccari é mais um passo na escalada contra o PT

O juiz Sérgio Moro, um dos principais braços do golpismo no Judiciário, condenou os companheiros José Dirceu e João Vaccari Neto no último dia 18. Dirceu recebeu a maior pena até agora da Lava Jato, de 23 anos de prisão. Vaccari, recebe a segunda condenação. Já havia sido condenado, no ano passado, a 5 anos, agora a mais 9.

Essa escalada contra dirigentes do PT não pode ficar sem resposta.

Assim como aos olhos da nação começa a escancarar-se, desde 17 de abril, a podridão do Congresso Nacional na sua marcha golpista, vai se escancarando também a seletividade da Operação Lava Jato contra o PT e o comprometimento com as forças golpistas da mais “alta corte”, o Supremo Tribunal Federal (STF). Os togados do STF esperaram Eduardo Cunha fazer o serviço sujo na Câmara para depois encarar a “urgência” de seu afastamento.

O atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, também ministro do STF – fundamentalmente um tucano sem disfarce – livrou rapidinho Aécio Neves do PSDB. Em 24 horas, no último dia 12, mandou suspender a coleta de provas da investigação sobre Aécio relacionadas à corrupção na estatal mineira, Furnas.

Wadih, Damous (PT-RJ), ex-presidente da OAB-RJ e suplente na Câmara Federal, afirma: “As instituições brasileiras, o Judiciário, o Ministério Público, o Congresso Nacional, o aparato policial, o sistema brasileiro de Justiça, todos estão mergulhados no golpe até a medula. O Supremo Tribunal Federal, no qual grande parcela da sociedade brasileira, até pouco tempo atrás, depositava esperanças no sentido da preservação dos mandamentos da Constituição, também se inclui nesse rol de instituições mergulhadas no golpe. O STF está no golpe, pela omissão. ” (Rede Brasil Atual, 4/05)

Por isso, a necessária reforma do sistema político deve atingir também o Judiciário, que historicamente, acoberta os golpes perpetrados pelas oligarquias.

Combater os golpistas em todos os terrenos

A perseguição ao PT que se explicita na Lava Jato, começou no julgamento da Ação Penal 470 quando, sem prova, o STF condenou quatro dirigentes petistas (José Dirceu, João Paulo Cunha, José Genoino e Delúbio Soares), sem reação da direção partidária. Desde aí, foi se consolidando a ofensiva contra o PT. Afinal, para o imperialismo recuperar o terreno perdido em países do continente, no caso do Brasil é preciso extinguir o PT.

Agora, em sua última reunião, o Diretório Nacional do PT, diz em resolução: “A operação Lava Jato desempenha papel crucial na escalada golpista. Alicerçada sobre justo sentimento anticorrupção do povo brasileiro, configurou-se paulatinamente em instrumento político para a guerra de desgaste contra dirigentes e governantes petistas, atuando de forma cada vez mais seletiva quanto a seus alvos, além de marcada por violações ao Estado de Direito”. A mesma resolução aponta o “não ao golpe, fora Temer”. Pois bem, faz parte do combate ao golpe um combate prático contra a operação Lava Jato. Um combate político, contra uma operação política. E ele começa pelo partido assumir, política e publicamente, a sua defesa e a defesa de Dirceu e Vaccari, como presos políticos, que é que eles são.

É o único caminho para deter essa escalada de Moro que, sem reação, não vai parar por aí.

O objetivo do golpe é expresso claramente em artigo no golpista jornal O Estado de S. Paulo, do economista Roberto Macedo, “sabidamente e economia carece de um ajuste, em particular das contas públicas, mas como fazê-lo se o PT é contra? Conforta saber também que se Dilma for impedida ele irá junto”.(19/05). A Lava Jato faz parte do objetivo de “levar o PT junto”.

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