Congresso dos Zonais do PT em SP decide apoio à Boulos

Decisão foi unânime. PT escorregou no debate pela reversão das terceirizações e privatizações

Como já era previsto, o 5º Congresso dos diretórios Zonais do PT da cidade de São Paulo foi organizado para aprovar o apoio ao nome de Guilherme Boulos (PSOL) como candidato a prefeito em 2024, tal como havia sido acordado por Lula, Gleisi e Haddad em 2022. Será a primeira vez que o PT não apresentará candidato à prefeitura em SP.

O Congresso, que tinha como pauta “Conjuntura, Tática Eleitoral e Organização Partidária” discutiu apenas o ponto eleitoral, ainda que os 8 grupos que se reuniram tenham debatido e aprovado emendas para outros pontos.

Não houve eleição de delegados, que eram, na realidade, os membros dos 37 zonais eleitos no PED há 4 anos. O comparecimento foi de 60%.

A Resolução sobre Tática Eleitoral foi aprovada por aclamação, indicando ainda que o vice seria do PT, preferencialmente uma mulher, a ser decidido até fevereiro de 24.

O Diálogo e Ação Petista esteve presente, com participação ativa, banca e coleta de assinaturas contra a privatização da SABESP. Por proposta do DAP o congresso aprovou moção propondo o engajamento do partido nessa campanha.

O DAP ainda apresentou e aprovou uma “Moção Contra a Guerra”. Já as emendas sobre o fim da tutela militar (art. 142) e pela Desmilitarização das PMs, que estavam nos cartazes dos militantes presentes, não foram discutidas pois o ponto Conjuntura, onde elas eram destaque, caiu da pauta.

Na discussão sobre tática eleitoral, as duas únicas emendas discutidas e votadas em plenário foram apresentadas por militantes do DAP.

Luana Bife, diretora do Sindsep, defendeu o fim dos convênios na Educação Infantil, arrancando aplausos. A emenda dizia “na cidade de SP o atendimento na rede direta tem sido substituído pela rede conveniada, inclusive com a cessão de um terço dos prédios públicos. É preciso retomar o atendimento na rede direta com um plano de reversão gradativa da rede conveniada, fortalecendo os serviços públicos de gestão direta. E garantindo ao trabalhador da rede conveniada concurso público com pontuação específica para os anos trabalhados”.

A direção do PT convocou o deputado federal Alfredinho, que defendeu os convênios com convicção, obtendo votos de cerca de dois terços do plenário, entre eles – pasmem – os da maioria do setorial da educação do PT.

A companheira Lili, do DAP da Brasilândia, defendeu, junto com Lourdes Estevão, diretora do Sindsep e dirigente da ArtSind a reversão das Organizações Sociais. A emenda propunha “abrir um processo de recuperação para a administração pública de pessoal, prédios e equipamentos para a cessação dos contratos com as Organizações Sociais. E ir por etapas, até a recuperação de 100% da saúde. E assim por diante nas outras áreas”.

Neste caso, foi o deputado estadual Antonio Donato que defendeu contra a emenda, cuja votação foi mais ampla que a anterior, embora não tenha tido votos necessários para entrar no texto.

A situação estapafúrdia criou um constrangimento tão grande que o presidente do PT municipal, ao final, teve que dizer que “o PT não é contra a reversão das OSs nem contra fim do conveniamento, mas que isso deveria ser discutido no ponto Programa de Governo”. Ponto que não existia.

Bárbara Corrales

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