O saldo de inadimplência do FIES (Fundo de Financiamento Estudantil), que vem aumentando nos últimos anos, voltou a subir ainda mais nos últimos meses. Segundo dados do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), a inadimplência passou de 2,5 para 6,6 bilhões de reais nos últimos dois anos. O número de estudantes inadimplentes (que estão há mais de três meses sem pagar) ultrapassa 1 milhão de formados. Em alguns estados, como no Acre, os contratos inadimplentes são maioria, chegando a 76%.
Não apenas a inadimplência aumenta. O número de contratos firmados pelo FIES também vem caindo. Durante a pandemia, o número de beneficiários do FIES chegou ao menor patamar desde 2009.
Em 2020, nem metade do número de vagas anunciadas pelo governo para o FIES foram preenchidas. Isso porque, sem perspectiva de emprego e renda, os estudantes preferem não se endividar com o programa.
Com a pandemia, muitos estudantes também se recusaram a ter que arcar com as altas mensalidades das faculdades privadas em troca do ensino online.
O FIES não tem sido uma alternativa para o jovem que quer iniciar a faculdade. E para os que já são beneficiários o programa se tornou um pesadelo, na medida em que não conseguem pagar e sequer renegociar suas dívidas.
O aumento do preço dos alimentos, do gás de cozinha, da luz e do custo de vida em geral faz muitos jovens terem que escolher entre pagar sua mensalidade ou as contas da casa. O último atlas da juventude mostrou que a maior parte dos jovens encontra dificuldades em conseguir emprego. Muitos recém-formados não conseguem trabalhar e a alta taxa de desemprego chega a cerca de 30% entre a juventude. É a situação da juventude sob o governo Bolsonaro, cada vez mais caótica com cortes do orçamento das universidades públicas e bolsas e outros ataques.
Os estudantes não podem ser responsáveis pela crise que degrada suas vidas e impede de pagar o FIES. A anistia dessas dívidas seria o caminho para garantir a retomada e continuidade dos estudos de milhares de estudantes.
Kris