Declaração do Secretariado Internacional da 4ª Internacional

26 de setembro de 2024

Em todo o mundo, os povos estão chocados e revoltados com o horror dos bombardeios que atingem o povo libanês, depois de um ano de massacres ininterruptos em Gaza e na Cisjordânia, com centenas de milhares de vítimas, 70% das quais mulheres e crianças.

Décadas de opressão e massacres não são suficientes para o governo de Benjamin Netanyahu, que avança ainda mais na limpeza étnica da Palestina, ao privar o povo palestino de toda a ajuda material e humanitária necessária à sua sobrevivência.

Enquanto em Israel, centenas de milhares de manifestantes exigem a sua demissão e o cessar-fogo, Netanyahu e seu governo decidiram lançar uma guerra contra o Líbano com o apoio dos Estados Unidos, e de todos os governos que continuam a lhe fornecer equipamento militar e assistência, para tentar arrastá-los a uma guerra generalizada, e assim escapar da crise política que ele mesmo provocou, e realizar seus objetivos.

Ao mesmo tempo, no coração do imperialismo estadunidense, cuja crise de dominação mundial se aprofunda à medida que se aproximam as eleições presidenciais de 5 de novembro, o presidente Joe Biden anuncia, na tribuna da Assembleia Geral da ONU em Nova York, a continuação da entrega de armas à Ucrânia com 8 bilhões de dólares adicionais em armamento, para continuar uma guerra que já fez mais de um milhão de mortos e feridos entre ucranianos e russos.

Em três dias, mais de 700 pessoas foram mortas no Líbano, 60% das quais mulheres e crianças. Famílias inteiras estão sendo massacradas tal como em Gaza. 90 mil libaneses já foram obrigados a fugir. O exército israelense anuncia agora que prepara uma invasão terrestre do Líbano.

Este é o futuro que prometem os líderes dos governos que armam e apoiam a guerra na Europa e o regime genocida de Netanyahu, cujo ministro da Educação acaba de declarar: “O Líbano será destruído, o Líbano como o conhecemos não existirá mais”.

A ONU, com razão muito preocupada com o terrível risco de desintegração da ordem mundial capitalista, da qual é garantidora, apresenta fatos e constatações irrefutáveis, chegando até a acusações de genocídio, mas se mostra incapaz de deter o genocídio e a marcha para a guerra. Apesar das suas declarações de fachada, Biden, Scholz, Starmer, Macron… não fazem nada para impedir a guerra, muito pelo contrário. Como os governos dos países árabes, eles não se oporão ao massacre do povo libanês mais do que ao genocídio do povo palestino, quando não participam dele diretamente.

No mundo inteiro, apesar da repressão, das campanhas infames de intimidação e de acusação de antissemitismo, apesar dos dirigentes dos partidos operários tradicionais que se calam e não mobilizam, apesar dos dirigentes das grandes centrais sindicais que – com algumas notáveis exceções que devem ser saudadas – desviam os olhos, se satisfazem em comunicados sem futuro, ou mesmo fornecem de maneira dissimulada um apoio à guerra, por todo o lado milhões se manifestaram, se manifestam, se mobilizam, usam os sindicatos para impedir o transporte de armas. Eles sofrem a repressão, mas não desistem.

Em todo o mundo, estamos ao lado deles. Em todos os lugares, estamos nas mobilizações, ajudamos a organizar. É combatendo contra os governos cúmplices que venceremos. Só a mobilização dos povos pode impedir que a guerra continue e se amplie.

Neste período brutal, damos o nosso total apoio aos povos libanês e palestino.

Não vamos desviar o olhar!
Não nos acostumaremos aos massacres e ao genocídio!
Fim imediato da guerra israelense contra o Líbano!
Fim imediato do genocídio do povo palestino!
Embargo das armas destinadas a Israel!
Parem a guerra na Ucrânia!

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