“Está demitido!”, por ordem da OSS

Em reunião com o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), a Secretaria Municipal de Saúde da capital informou, no último dia 2 (set), que sete profissionais do Programa Mais Médicos foram dispensados das Unidades Básicas de Saúde municipais. Eles trabalhavam em quatro UBS administradas pela OSS (Organizações Sociais de Saúde) Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM). Os médicos foram comunicados da decisão em reunião com a SPDM e não com os gestores da atenção direta, que prestavam assistência na maior parte do tempo onde eles trabalhavam. A responsável pela supervisão do Mais Médicos, que faz a qualificação dirigida desses profissionais, foi impedida de participar. Um dos médicos dispensados confirmou as irregularidades: “Não deixaram entrar testemunhas e colocaram na ata só o que quiseram colocar, participaram gerentes que a gente nunca nem viu e os tutores do Mais Médicos não ficaram sabendo, souberam pelo diário oficial.” E completou: “Deixar a população desassistida, isso é muito triste. Essas OSS vieram pra acabar com o SUS, para destruir com tudo. O descaso do governo [federal], do Ministério da Saúde, que está ciente do racismo, do assédio e da perseguição, e ninguém fez nada”. Tem sido, inclusive, padrão das gestões da Prefeitura de São Paulo ceder equipamentos de saúde sob administração direta para as OSS, que substituem os funcionários por trabalhadores terceirizados. O Simesp contestou as dispensas, justamente em unidades terceirizadas, e exige que a Prefeitura os reconvoque ao trabalho para cumprir o contrato, vigente até 2023.

Tiago Maciel

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