PT vai ao segundo turno pela primeira vez em SC

O Partido dos Trabalhadores conseguiu passar ao segundo turno no estado de Santa Catarina. Décio Lima, do PT, obteve 17,42% dos votos e vai enfrentar Jorginho Mello, do PL de Bolsonaro (38%). Trata-se de um feito, num dos estados com maior votação para Bolsonaro, que obteve 62, 21% contra 29,54% de Lula.

Sobre esse cenário e a campanha daqui pra frente no estado, O Trabalho ouviu Renê Munaro. Presidente do Sindicato dos servidores públicos de Florianópolis, e militante do DAP, Renê foi candidato a deputado federal pela primeira vez e obteve 7653 votos.

O que explica a chegada do PT ao segundo turno?
Por um lado houve um deslocamento que se comprovou nas urnas já no primeiro turno. A direita tradicional do estado, as famílias oligárquicas Bornhausen e Amin, saíram divididos com os bolsonaristas que capitaneavam um outro setor de direita.

O resultado eleitoral mostrou que há um deslocamento do centro político na direita no estado com a ascensão dos bolsonaristas e a derrota política de todos esses setores da antiga oligarquia, que não elegeu ninguém. Para governador essa divisão da direita ajudou a nos colocar pela primeira vez no segundo turno.

Por outro lado, o ponto diferencial da nossa candidatura a governador foi a defesa da revogação da reforma da previdência do Estado e a defesa dos serviços públicos contra a privatização. Isso marcou a campanha. Fora isso a campanha ficou ligado à questão do voto 13, da campanha nacional majoritária.

Lula obteve uma votação maior que a de Décio, inclusive.

Como a sua campanha agiu nessa situação?
Nós fizemos uma campanha militante, organizada no chão de fábrica, escola, creche, posto de saúde, universidade, enfim, uma campanha construída com militantes a partir dos locais de trabalho e que respondeu aonde chegou ou teve respostas positivas nas cidades aonde conseguiu chegar, a partir da discussão do nosso programa. Foi partindo da defesa dos interesses do povo trabalhador é que defendemos o voto 13 tanto para governador quanto para presidente.

E agora, como será o segundo turno?
Nossa perspectiva de segundo turno é reforçar a votação no 13. Dá pra ampliar essa votação no caso do governo, já que o Lula teve muito mais votos que o candidato ao governo. E garantir aí uma disputa focada no debate nacional. Vai polarizar, as coisas estão diretamente ligadas, já que no cenário nacional há um candidato do PL e um do PT.

Então vai ser um repeteco da disputa nacional. Em Florianópolis, a capital, a eleição ficou 46% x 43%. O sul da ilha petista e o norte Bolsonaro. Foi uma eleição bastante dividida na capital. Vamos trabalhar para virar. No interior, o bolsonarismo perdeu terreno mas ainda tem uma larga vantagem de 60% a 30% no 1° turno, o que irá exigir da gente uma discussão mais qualificada do ponto de vista do programa, do ponto de vista dos interesses da classe trabalhadora, da juventude, na defesa dos direitos e na retomada de questões fundamentais para os trabalhadores.

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