UFJF, cadê as aulas práticas?

As entidades estudantis que representam os alunos de cursos de saúde da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) estão mobilizadas frente à interrupção das aulas. Desde 2020, na universidade, vigora o Ensino Remoto Emergencial (ERE), no qual está impedida a realização das disciplinas práticas de Medicina, Enfermagem, Odontologia, por exemplo, que só poderiam ser realizadas de forma presencial. A exceção é o Estágio Obrigatório. Na Medicina o atendimento assistido no SUS ocupa 80% dos últimos dois anos do curso e está sendo realizado.

Como o Conselho Superior (Consu) manteve a suspensão das disciplinas práticas para o primeiro semestre de 2021 que se inicia em 17 de maio, a Faculdade de Medicina, entre outras, decidiu não aderir ao calendário do ERE. “A desconexão teórico-prática em nossos cursos se tornou imensa”, explica Rodrigo Pacheco, presidente do Diretório Acadêmico Silva Mello. “Praticamente todas as disciplinas teóricas geram uma disciplina prática que as acompanham – é onde aplicamos a teoria, integramos os conhecimentos, desenvolvemos habilidades e ganhamos experiência”. É a falta dessa aplicação que tem gerado defasagem no aprendizado. Conta que ele mesmo chegou ao 8º período sem ter passado pelas práticas do 6º.

Delegação vai à reitoria
Buscando abrir uma via de negociação com a Reitoria, o DA organizou uma campanha e uma delegação se manifestou na porta da Administração no dia 29 de abril, com apoio da Juventude Revolução do PT, dizendo: “UFJF, cadê as práticas?”.

A cobrança dos alunos é que os órgãos da Universidade apresentem um planejamento efetivo que possibilite o retorno gradual e seguro das atividades práticas presenciais. “É imprescindível que os alunos estejam em segurança e, para isso, é fundamental a garantia de Equipamentos de Proteção Individual e o seguimento dos Protocolos de Biossegurança. Além disso, o monitoramento e rastreamento de casos é mandatório, incluindo aqui estudantes, professores e técnicos. Sempre que possível, a pactuação para vacinação desses profissionais e estudantes em campo deve ser garantida”, afirma Rodrigo.

A partir do ato, os estudantes conseguiram se reunir com o Reitor Marcus David e com a vice-reitora Girlene Alves da Silva, que também preside o Comitê Covid da UFJF. Eles se comprometeram a recolocar a questão no Consu.

E a campanha dos estudantes segue, lembrando que os prejuízos são maiores que o atraso na sua formação. Significa a retenção de profissionais que poderiam se incorporar no combate ao coronavirus no SUS.

Yuri Vieira

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