Depois de receberem capa de chuva e sem equipamento de segurança, enfermeiros fazem protesto em hospital paulista

Reprodução da matéria do SINDSEP

Trabalhadores da saúde do Hospital Municipal Tide Setúbal, em São Miguel Paulista, na cidade de São Paulo realizaram ato na manhã desta sexta-feira (17) em frente à unidade.

O Hospital Tide Setúbal se tornou referência para atendimento de pacientes com sintomas de coronavírus, e vem sendo um dos principais focos na cidade de São Paulo de denúncias por parte dos profissionais de saúde.

Duas mortes de profissionais já foram registradas na unidade: a do auxiliar de enfermagem Eduardo Gomes da Silva e a do médico ortopedista Jaime Takeo Matsumoto, além de vários afastamentos.

Durante o ato, profissionais mostraram uma capa de chuva, além de uma máscara – que o hospital recebeu como doação – em material poroso, que eles vêm recebendo nos últimos 10 plantões. Já a capa de chuva, utilizada ainda no plantão da última quinta-feira (16), foi comprado com o próprio dinheiro de profissionais da supervisão de Enfermagem.

“Vocês não são obrigados a trabalhar sem condições. Vocês não vão deixar de atender, mas estão buscando a segurança de vocês. Falta EPI nesse hospital. Uma chefia que deixa alguém exposto ao risco, que obriga um profissional trabalhar sem segurança é responsável pelo que pode acontecer com vocês ou aos familiares de vocês. Isso é a forma de tratar a periferia? Não há problemas em se ter equipamentos doados, mas de acordo com o que é exigido pelas autoridades sanitárias, pela OMS”, esclareceu o presidente do Sindsep, Sergio Antiqueira.

Trabalhadores mostram capa de chuvas doadas aos profissionais da saúde
Trabalhadores mostram capa de chuvas doadas aos profissionais da saúde

Por meio de faixas “não aceitamos capas de chuva”, “chega de enrolação, queremos proteção” e “queremos viver, queremos EPIs”, os profissionais de saúde deram seu recado ao governo municipal e à comunidade.

Na sequência, dois funcionários da Enfermagem, que não participaram do ato, mas acompanharam tudo do outro lado da rua, vieram conversar com os diretores. Uma das funcionárias, bastante exaltada, disse que não se tratava de capas de chuvas e que os materiais haviam sido comprados com recurso particular dela e que se não estivesse satisfeito, o sindicato deveria comprar os equipamentos de proteção individual aos funcionários. O presidente do Sindsep esclareceu que o governo municipal deve garantir os EPIs, por meio dos recursos públicos.

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