O governo Lula e a guerra

As primeiras declarações do presidente Lula sobre a guerra na Ucrânia foram corretas: denunciou a invasão decidida por Putin do território ucraniano, ao mesmo tempo que se negou a aplicar sanções à Rússia e tampouco concedeu qualquer tipo de armamento ao governo Zelensky, recusando as pressões nesse sentido vindas de Biden, do alemão Sholtz e de Macron. Em entrevista à CNN dos EUA ele disse: “Se eu mandar munição, entrei na guerra!”.

Mas em 23 de janeiro, o Brasil votou na Assembleia Geral da ONU uma resolução apresentada pelos EUA – que é claramente um dos lados do conflito em apoio ao seu fantoche Zelensky – que pedia o fim da guerra na Ucrânia, com a retirada das tropas russas (141 a favor, 7 contra, 33 abstenções).

Um mal passo para quem pretende criar um “clube da paz”. O Brasil poderia ter se abstido, como a China, Índia e África do Sul, ao invés de alinhar-se com os EUA. A “desculpa” de que a delegação brasileira teria emplacado uma emenda que fala em negociações pela paz, além de não ser convincente, não obriga ninguém a sentar-se à mesa para parar a guerra. Esperemos que essa derrapada não tenha maiores efeitos, inclusive para que o Brasil possa jogar algum papel na mediação desse conflito, pois trata-se de uma guerra que não interessa aos povos!

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